Onda de calor ameaça produção, alta do preço de alimentos e até escalada da inflação

Geral

22/09/2023 - 09:29:35 | 2 minutos de leitura

Onda de calor ameaça produção, alta do preço de alimentos e até escalada da inflação

Embora alguns setores da economia já observem um avanço nas vendas em decorrência das temperaturas mais altas, a onda de calor provocada pelo "super-El Niño" neste ano deverá ter mais impactos negativos que positivos para o país e para o bolso da população, alertam especialistas. lém do maior consumo de energia elétrica e de água, diversos segmentos podem ter queda de produtividade, com custos mais altos. O superaquecimento vai afetar toda a cadeia produtiva, até chegar ao consumidor, afirma Marta Camila Carneiro, professora de MBA da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

"Com o aumento da temperatura global, algumas pragas podem ficar mais resistentes, o que vai forçar o sistema agrícola a usar mais fertilizantes, agrotóxicos e investir em outras estratégias de controle, elevando os custos de produção. Esse aumento acaba sendo repassado para o consumidor, piorando o custo de vida", explica a profissional, que também é especialista em mudanças climáticas e ESG (do inglês Environmental, Social and Governance), área que orienta boas práticas ambientais, sociais e de governança corporativa e investimento.  Ainda em relação ao agronegócio, base da indústria alimentícia, outra questão é a de culturas que não se adaptam ao calor. "O café, por exemplo, é uma planta que precisa de temperaturas mais amenas para a produção ser boa e de qualidade. Com o calor acima da média, vai haver perda e, consequentemente, falta desse produto, o que também faz o preço subir", avalia.

"O tempo seco é outro problema, que pode até gerar afastamento de trabalhadores. Por isso, no início do ano, com a onda de calor na Europa e nos países árabes, alguns adotaram uma regra que proibia o trabalho ao ar livre nas horas mais quentes do dia", conta.   

 Fonte R7/ BRUNO ROCHA/ENQUADRAR/ESTADÃO