Repúdio de vereadores ao decreto contra armas vai ao Congresso

Política

22/02/2023 - 15:03:02 | 3 minutos de leitura

<strong>Repúdio de vereadores ao decreto contra armas vai ao Congresso</strong>

Ontem (21), os vereadores de Jaraguá do Sul aprovaram uma moção de repúdio ao decreto presidencial nº 11.366 de 1º de janeiro de 2023 que alterou as regras sobre armas e munições no país. O decreto do presidente Luís Inácio Lula da Silva suspende os registros para a aquisição e transferência de armas e munições de uso restrito por caçadores, atiradores, colecionadores (CACs) e por particulares. Reduz de cinco para três a quantidade de armas e de munições de uso permitido, condicionando a autorização de porte à comprovação da necessidade. Além disso, suspende a concessão de autorizações para abertura de novos clubes e escolas de tiro e a concessão de novos registros de CACs.

A moção de repúdio foi proposta pelo vereador Jeferson Cardozo (PL) e assinada por Anderson Kassner (PP), Jair Pedri (PSD), Jonathan Reinke (Podemos), Luís Fernando Almeida (MDB), Nina Santin Camello (PP), Osmair Luiz Gadotti (MDB), Rodrigo Livramento (Novo), Ronnie Leonel Lux (MDB) e Sirley Maria Schappo (Novo). Nela, os parlamentares alegam que o decreto extrapola o poder constitucional atribuído ao Poder Executivo e cerceia a liberdade do indivíduo. A matéria cita também que as restrições impactam a atividade econômica desempenhada por cerca de 3,7 milhões de pessoas no país, entre comerciantes, instrutores, fabricantes, além de toda uma rede de serviços derivados que geram em arrecadações aproximadamente 4,7% do PIB nacional.

Segundo os vereadores, a Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, autoriza a aquisição de armas de fogo pela população civil, desde que cumpridas as exigências legais. Para eles, as mudanças nas regras violam claramente o referendo popular de 23 de outubro de 2005, quando 63,94% dos brasileiros votaram por manter o livre direito ao comércio de armas e munições de forma legal no Brasil.

O texto da moção também lembra que o tiro esportivo trouxe ao país a primeira medalha em Jogos Olímpicos de Antuérpia em 1920, quando o atleta Afrânio Antônio da Costa conquistou a medalha de prata no tiro com pistola. Lembra também que Jaraguá do Sul é a capital do tiro no Brasil e a sede da maior festa dos atiradores do país, a Schützenfest.

O presidente Luís Fernando Almeida salientou que todos os estandes de tiro que já visitou são muito bem preparados, equipados, organizados e com pessoas capacitadas, o que depõe a favor das entidades e contra as limitações que estão sendo impostas a elas. O parlamentar teme que o trâmite para aquisição e permissão de se ter uma arma em casa ou se tornar um CAC fique engessado como era antes de o Governo Bolsonaro entrar e flexibilizar a legislação sobre o tema. “Respeito aqueles que acham que o acesso a uma arma tem que ser muito bem filtrado, mas que nós não tenhamos isso de forma engessada como está se propondo”, ponderou.