Sinais de que o PIB brasileiro está perdendo força

Economia

28/08/2023 - 08:23:04 | 2 minutos de leitura

Sinais de que o PIB brasileiro está perdendo força

Após alta de 1,9% entre janeiro e março, PIB começou a pisar no freio, com dados ruins de indústria e comércio. Agro não repetirá desempenho

 Fonte Metrópolis/ foto Getty Images

O desempenho da economia brasileira nos três primeiros meses de 2023 surpreendeu positivamente, mas passará longe de se repetir no segundo trimestre. É o que mostram indicadores divulgados nas últimas semanas, que apresentam um cenário de desaceleração da atividade econômica do país no período entre abril e junho deste ano.

No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 1,9%, na comparação com os três meses imediatamente anteriores e 4% em relação ao mesmo período de 2022. O resultado, que superou as projeções do mercado, foi impulsionado pelo desempenho excepcional da agropecuária, que registrou expansão de 21,6% – a maior alta trimestral do setor em quase três décadas, desde o final de 1996.

Economistas e analistas do mercado não têm dúvidas, no entanto, de que o segundo trimestre trará números bem mais modestos. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC), considerado a “prévia” do PIB brasileiro, recuou 2% em maio. Setores cruciais para a economia, como indústria e comércio, que já não vinham bem, continuam “patinando”.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a produção industrial brasileira oscilou 0,1% em junho, na comparação com maio. Ainda segundo o IBGE, as vendas do comércio varejista registraram queda de 1% em maio, tanto em relação ao mês anterior quanto na comparação com o mesmo período do ano passado – mais uma vez, abaixo das expectativas. Até mesmo uma boa notícia, como a criação de 157 mil novas vagas de emprego com carteira assinada em junho, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), poderia ter sido melhor. Nos últimos quatro meses, há forte desaceleração no saldo de postos de trabalho criados e, em relação a junho de 2022 (quando foram geradas 285 mil vagas), o tombo é de 44,8%.

Fonte Metrópolis/ foto Getty Images